segunda-feira, 6 de junho de 2011

Morte na Educação Infantil

Baseado em um estudo que fiz sobre o assunto...



Introdução:

- Um parente, amigo ou bichinho de estimação das crianças da sua turma faleceu. “E agora, o que fazer?”, “O que e como falar?”, “Precisamos fazer/falar algo?”, “É melhor não falar nada pra proteger a criança, né?!”, etc... Essas são algumas dúvidas que podem surgir quando uma situação dessa acontece com as nossas crianças. 
- Pesquisas apontam para a necessidade de uma educação para a morte.





Desenvolvimento:

Como agir?
Atenção! O comportamento das pessoas ao redor interfere no enfrentamento das perdas - papel importante do professor.
- Trate o assunto de forma aberta;
- Explique que a morte não é um castigo, mas um acontecimento natural;
- Ajude a criança a se sentir segura - lembre de que ela é amada; dê atenção extra;
- Deixe a criança expressar suas emoções (choro, desenhos, usar argila, massinha, etc);
- Responda as perguntas feitas pelas crianças, ainda que repetidamente;
- Se a criança for participar do velório, é importante ela saber o que vai acontecer lá.
- Tenha empatia - demonstre que entende o que ela está passando e sentindo;
- Estimule lembranças de coisas boas/agradáveis;
- Peça para a família contar o máximo que puderem para que você responda a criança de maneira adequada;
- Use livros infantis;
- Faça dramatizações, use fantoches;
- Se o enlutado estiver agressivo, deixe claro que todos entendem e respeitam sua dor, mas que isso não lhe dá o direito de agir com violência e descontar nos colegas;
- 5 pontos essenciais que devem ser considerados na hora de abordar o assunto da morte com as suas turmas:
1) Respeitar a escolha da família e da criança;
2) Considerar a faixa etária da criança;
3) Buscar um interlocutor próximo a criança;
4) Trabalhar a questão com a classe;
5) Minimizar os efeitos do luto no aprendizado.

Conceito de Morte para a criança:

Segundo Piaget (1964)
a) sensório-motor (0 - 2 anos) no qual ainda não há um conceito formado sobre morte;
b) pré-operacional (2 - 7 anos), em que a morte é reversível;
c) operacional concreto (7 - 11 anos), em que a morte é irreversível, com explicações fisiológicas e 
d) operacional formal (a partir dos 11 - 12 anos) quando a morte é irreversível, universal, pessoal, mas distante; as explicações são de ordem natural, fisiológica e teológica.
- Para que a criança compreenda a morte, com os recursos que sua idade permite, ela não deve ser excluída da experiência da perda. Isso faz com que ela perceba a realidade.
(vídeo)

Enganos:

Esconder a morte de um parente próximo é uma forma de proteger a criança, evitando seu fracasso escolar.
  • Ser muito protegida pode dificultar, quando na fase adulta, essa pessoa de encarar e lidar com situações desse tipo.
Inventar explicações mágicas ameniza a dor da criança.
  • Ela não vai entender porque não pode ver o ente querido quando quiser;
  • No caso de dizer que foi viajar, a criança pode não entender porque, então, essa pessoa não se despediu

Reações de luto: 

(Mudanças no comportamento da criança)
· queda no rendimento escolar; 
· agressividade e insegurança; 
· euforia e estado de fantasia; 
· tristeza, depressão e medo; 
· excesso ou ausência de sono e fome; 
· sentimento de abandono e culpa; 
· desejo de se isolar; 
· queixas de dores no corpo e de cansaço.
Alguns exemplos de livros infantis que abordam o tema:

* Os porquês do coração (Conceil C. Silva)
* Vó Nana (Margaret Wild)
* Menina Nina (Ziraldo)
* Eu vi mamãe nascer (Luiz Fernando Emediato)
* A Montanha Encantada dos Cisnes Selvagens (Rubem Alves)
* A história de uma folha (Leo Buscaglia)
* Tempos de Vida (B.Mellonie e R. Ingpen)
* Cadê meu avô (Lídia Carvalho)
* Mas por quê? A história de Elvis (Peter Schössow)
* O Segredo é não ter medo (Tatiana Belinky)
* O Ovo e o Vovô (André Neves)






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