domingo, 5 de junho de 2011

Agressividade não rima com castigo




Castigar, do latim castigare, significa inferir a sofrimento por meio físico, pessoa que tenha cometido erro ou omissão, transgredindo, assim, as normas impostas. Isto inclui o castigo por atos de agressividade por parte da criança. A palavra castigo é tão antiga quando o seu uso e, se há tempos já era uma forma abominável de reparação, hoje o é mais ainda.

“As crianças são castigadas para aprenderem a não castigar. A criança que bate no irmão mais novo recebe do pai uma lição” Vamos ensinar-te a perder esse hábito!”, para se desacostumar de o fazer. Volta-se o feitiço contra o feiticeiro. E então a criança é ensinada, de forma agressiva, que não pode ser agressiva.” (HACKER, 1972, p.167)

Temos que estar consciente, principalmente educadores de pré-escola, de que em uma educação qualitativa não precisa ser necessariamente enérgica ao extremo. Está é uma idéia histórica que deve ser abandonada. Imaginem vocês um carro que não quer “pegar”, o dono se irrita e continua dando a partida mas sem ver resultados (pois não sabe ele, e nem quer saber, que o cabo esta frouxo), até que a bateria acaba. O dono do carro não viu os resultados, mas estes existiram: o esgotamento da bateria. Se o dono do veículo tivesse procurado a causa do não funcionamento, conseguiria reparar o erro com facilidade. Assim somos nós com frequência, não procuramos a causa pelas atitudes agressivas das crianças — que na verdade a maioria das vezes é mais uma inconformidade, tanto por não querer ser subjulgada, quando por um processo ontogênico danoso para elas —, pois é muito mais prático, impor.

Conforme nos fala Hacker (1972) a criança por si só não quer prejudicar nem magoar ninguém. A sua agressividade é inconsciente. Mas pode crescer em força e poder se não for corretamente mediada. Nunca é demasiado cedo para demonstrar a criança que não se castiga os outros por não estar em conformidade com nossas idéias. Bem melhor o diálogo do que a mão enriste. Lido isto entendemos o que afirma Falkenbach (1999), que diz ser, o comportamento humano, cíclico e inconsciente repassado pela ação transferencial, ou seja, uma criança que sofrer castigo poderá introjetar isto como signo interno.

Fonte: http://efartigos.atspace.org/efescolar/artigo25.html

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